Quem presta serviços no mercado digital, sobretudo de revisão e produção de textos, quase sempre se depara com o dilema da precificação.
Cobrar por texto? Cobrar por hora? Cobrar por palavra? São várias opções que um revisor freelancer e/ou um redator de textos pode se valer na hora de passar um orçamento.
Em linhas gerais, pensando no mercado editorial, a precificação envolverá, ainda, a qualificação e a experiência do profissional bem como o nicho e a complexidade do conteúdo.
Em meio, então, a tantas variáveis, como fazer uma precificação correta?
Para nós, do PND, a resposta a essa pergunta se resume em entender o processo. Ou melhor: os processos. Vamos a eles?!
Entenda o seu processo de trabalho: tempo e dedicação
“Saiba o quanto cobrar por um freela” é a promessa de muitos sites aqui na Internet. Ao contrário do que se diz em grupos de WhatsApp de prestadores de serviços e nas calculadoras para freelancers, apenas você é capaz de dar o seu preço. Por quê? Porque apenas você sabe de seu contexto financeiro e do como funciona o seu processo de trabalho. E também do custo que você teve para chegar onde está.
Por isso, um dos caminhos para precificar é avaliar o tempo que a atividade exigirá de você.
A influencer de finanças Nathália Arcuri tem um vídeo muito interessante intitulado “O preço do seu tempo” e que dialoga com isso. Veja:
O ponto central do vídeo é o conceito de custo 100, que na mais é do que quantas horas você precisa trabalhar para ganhar 100 reais.
Mas, claro, você pode trocar esse número pelo que preferir.
E, de novo, entramos na importância de se conhecer o seu processo.
É claro que apenas um projeto não pagará todos os seus custos (embora haja exceções), mas o que importa aqui é você começar a pensar no macro, em tudo o que envolve o seu trabalho, e não apenas no micro (no valor específico de um orçamento).
Pense, por exemplo, que ao assumir um job de revisão (ou produção) de texto, você usará, no mínimo:
– seu computador
– sua energia
– ferramentas pagas ( na maioria das vezes), além do bem mais escasso e precioso do mundo:
– seu tempo.
Isso sem contar que muitos clientes gostam de fazer calls (as famosas videochamadas que, muitas vezes, poderiam ser um e-mail) para dar detalhes da atividade. Resultado: lá se vai mais tempo.
Além disso, é importante você levar em consideração a sua experiência e, também, a sua jornada.
Nunca se esqueça:
Entenda o processo de trabalho do seu cliente
A prestação de serviços está muito ligada a resultados, sejam eles subjetivos ou objetivos. A revisão de um trabalho acadêmico trará, por exemplo, para o contratante a certeza de uma publicação de um texto sem erros; a revisão de um copy (se você não sabe o que é copy clique aqui que temos um artigo completo sobre esse tipo de texto) poderá gerar rios de dinheiro para os especialistas em lançamentos digitais.
Sabendo disso, é pouco provável que o custo de uma revisão de uma página de uma resenha acadêmica seja o mesmo de um anúncio para redes sociais.
Isso porque as atividades geram valores diferentes para os envolvidos. É por isso que ao precificar um trabalho, você precisa levar em consideração, também, o contexto de quem está te contratando.
Dica de ouro!
Se o seu contratando for um CNPJ, você pode consultar o faturamento declarado por ele.
Fazer isso pode te dar uma boa noção de como é o fluxo de caixa da empresa.
Outros fatores que devem influenciar o preço dado
Revisar ou escrever para Web, como já dissemos, envolve um setup de trabalho prévio (equipamento, ferramentas e outros), mas, em alguns casos, significa também assumir outras tarefas, como postar o texto na plataforma do cliente, pesquisar imagens úteis para o conteúdo, dentre outras tarefas.
Nesse sentido, quanto mais coisas estão agregadas no seu serviço maior deve ser, ao menos em tese, o preço que você deverá cobrar.
Práticas de mercado
Fato é que nem sempre você será consultado sobre a precificação e, nesse sentido, consideramos que é interessante você saber como anda a precificação por aí.
No mercado, é muito comum as seguintes práticas de precificação:
– Preço por hora trabalhada
– Preço por peça entregue
– Preço por pacote de demandas
– Preço por tamanho do conteúdo
– Preço por performance do conteúdo
– Preço por palavra
Esse último é praticado por grandes empresas na área de Marketing de Conteúdo, como a Rock Content e a Text Broker.
O que você precisa levar em consideração então para precificar um trabalho?
Em resumo: autoconhecimento e conhecimento sobre o mercado.
Isso porque do que adianta:
– seu preço ser alto e você não conseguir nenhum cliente;
– seu preço ser alto a ponto de fechar as portas para oportunidades potenciais de negócios duradouros;
– seu preço ser baixo e você fechar um job e se arrepender;
Uma precificação errada (para mais ou para menos) pode trazer uma série de problemas para a sua vida profissional, seja você um iniciante ou um expert.
Na dúvida do valor, ao dar um orçamento, leve em consideração os seguintes itens:
– O preço está condizente com o valor que o serviço possui (lembre-se que preço é diferente de valor!)
– O preço está condizente com o mercado/ realidade do cliente? Já vi revisores, por exemplo, darem orçamento para mestrandos bolsistas de R$ 20 por lauda. Sem querer precificar o trabalho alheio, pense com a gente: uma dissertação de mestrado possui, em média, umas 150 páginas e um bolsista CAPES recebe R$ 1.500,00/mês. R$ 20/lauda soma, portanto, R$3.000,00. Faça a conta de padaria: qual a probabilidade de um mestrando pagar 2 bolsas de sua pesquisa pela revisão do trabalho?
– É um trabalho único, pontual? Alguma possibilidade de atividade virar uma recorrência?
– Qual o prazo de entrega? Trabalhos com entrega expressa, por exemplo, podem envolver taxas de entrega.
– O trabalho agrega algo a médio e longo prazo na minha vida? Isso porque precificar um job nem sempre tem a ver só com questões financeiras. Você pode, por exemplo, dar um orçamento mais baixo para um cliente específico com o único objetivo de tê-lo em seu portfólio.
– Quanto outro profissional da área cobraria? Para descobrir, você pode pedir um orçamento para algum colega ou mesmo conversar sobre o assunto em fóruns e grupos de discussão.
Independente do preço dado, a melhor forma de precificar será aquela que melhor se encaixa com o seu perfil (e a necessidade do seu cliente).
Cobre por projeto, cobre por hora, cobre por palavra. Cobre da forma que quiser, mas não se sinta mal pela escolha. A precificação é como um sapato: o que se ajusta a uma pessoa pode apertar outra.
Como afirma Carl Jung:
não há nada na vida que funcione em todos os casos.